segunda-feira, 11 de agosto de 2008

A CULTURA BRASILEIRA E A SOCIEDADE EM MUDANÇA

A cultura da sociedade influencia a cultura das empresas

A cultura da sociedade influencia a cultura das organizações que nela estão imersas como a experiência confirma. Assim, o administrador deve ficar atento para o fato de que a organização, não obstante seus esforços, terá os pontos positivos e negativos da cultura brasileira e, também, da subcultural da região na qual está imersa.

Com menor predominância no Brasil é a tecnológica, seguida em maior grau pelos preceitos e finalizando com a expressiva, que é a mais enfatizada. Dessa maneira, detalha cada uma delas da seguinte forma:

Tecnologia: Pelo raciocínio, adapta-se às situações de trabalho, analisando o que é conveniente fazer para si e para os outros.

Preceitos: Os motivos modelados pela aprendizagem fazem com que utilize a severidade como método e a imposição.

Sentimentos: Os motivos inatos liberados tornam o brasileiro afetivo, impulsivo, sensual, sem censura, curioso, auto-indulgente, egocêntrico, agressivo, manipulador e criativo.

Observações existem uma incapacidade do homem que vem do campo para trabalhar em fábricas de compreender a exigência de serviços executados com esmero.

Ademais, pode-se dizer que, neste país, em decorrência do “modo de produção escravocrata” no Brasil colônia, criaram-se pelo menos três características culturais que perduram até os dias de hoje.

Desprezo pelo trabalho manual: A desqualificação do trabalho manual se dá em razão de ter sido atributo dos escravos, a ponto de a profissão execida não ter sido transformada em sobrenome de seus executores.

Separação de classes: A nítida separação entre classes sociais, de um lado, o fazendeiro “coronel” na casa-grande, e, de outro, os escravos na senzala, hoje ainda perdura pela forma autoritária e áspera com que à classe média e a classe alta tratam garçons, balconistas e ajudantes. Por esse traço cultural, nos dias de hoje, muitos empresários visualizam seus empregados como coisas (ou “peças”, conforme eram designados os escravos à venda e não como pessoas, além de tudo descartáveis).

Aprendizagem do ofício: Diferentemente do artesão europeu, que desde a Idade Média aprendia o ofício com o mestre e se sentia prestigiado e defendido por sua corporação.

Além dessas três características culturais resultantes do regime escravocrata vigente por séculos a fio, duas outras foram herdadas diretamente do reino de Portugal.

A primeira é a mania de legiferar dos governantes, que criam códigos, leis, decretos-lei e portarias, além de manter a burocracia cartorária nos níveis federal, estadual e municipal.

A segunda é conhecida por “querer levar vantagem em tudo”, já difundida no início do século 18 com o livro escandaloso. A arte de furtar, na época atribuída ao padre jesuíta Antonio Vieira.

Os brasileiros são mais desonestos que os demais habitantes do Primeiro ao Quarto Mundo? É natural que tudo isso se estenda para as empresas, especialmente às micro e às de pequeno porte, nas quais o hábito é ter confiança nos empregados, além de, geralmente, uma só pessoa executar sozinha várias atividades administrativas, o que dificulta controlá-la.

Todavia, para animar, podemos dizer que nossa cultura tem muitos aspectos positivos, embora com ressalvas.

A responsabilidade social do administrador

Embora preparado para ascender na hierarquia das grandes organizações, o administrador como classe profissional ainda tem pouca influência política no Brasil. Entretanto, cabe ao administrador perceber esse processo rápido de mudança social e adiantar-se aos novos tempos, pois, do contrário, será responsabilizado por ter mantido a organização estacionada na era burocrática do isolamento.

Naturalmente, esse alerta é dirigido ao administrador chamado “de vanguarda”, por ter a visão global da organização dentro da sociedade, e não do rotulado de “conservador”, que não passa de um técnico voltado para a eficiência no cumprimento das ordens que recebe dos superiores.

Que futuro nos está reservado?

Deixando de lado palpites de futurologia, somente pode-se afirmar que, no momento em que estas linhas estão sendo escritas, o método dialético aplicado às mudanças sociais faz prever a ocorrência de algum tipo de alteração qualitativa nas sociedades de todo o mundo. Isso porque o aumento da velocidade das alterações quantitativas na variável tecnologia deve provocar uma alteração qualitativa.

Hoje, os satélites, os computadores e a televisão facilitam extraordinariamente as comunicações – que tornaram concretas as previsões. Essa variação tecnológica é mais perceptível do que as alterações que ela provocará nos preceitos e na expressão de sentimentos, ou seja, novas crenças, normas e valores que irão determinar outras formas de as pessoas se comportarem.

Por isso tudo, não mais terão lugar no mundo os administradores agarrados às práticas tradicionais que deram certo até os dias de hoje. Estão sendo substituídos pelos de vanguarda, que evoluírem acompanhando as mudanças culturais da sociedade.

Contabilidade Ambiental

Podem ser identificadas três modalidades principais de ** do conceito contabilidade ambiental.

Responsabilidade sócio-ambiental corporativa

Ter um comportamento ético em relação ao meio ambiente, trabalhadores e comunidade não seria natural? Poderia parecer que sim. No entanto, este assunto até recentemente não era de grande interesse das empresas.

Com as mudanças em curso na sociedade, a falta de responsabilidade socioambiental corporativa observada em diversos exemplos nos últimos anos vem sinalizando para as empresa que os custos associados à ausência de tais estratégias não se restringem à ampliação da exposição de trabalhadores e da comunidade a riscos socioambientais, destacando-se, além destes, os impactos nas finanças e na imagem das organizações.

Além de cumprir com todos os requisitos que a lei exige, uma empresa socialmente responsável deve ter um comportamento ético em todos os campos, conhecer o ambiente em que se encontra, entender as mudanças nas normas sociais em vigor e, em seguida, alterar seu envolvimento social para responder a mudanças nas condições da sociedade.

Riscos e acidentes socioambientais

A industrialização acelerada a partir do século XIX e sobretudo durante o século XX trouxe ao mundo um novo padrão de risco socioambiental. Substâncias sobre as quais não se conhecia o efeito na saúde e no ambiente foram utilizadas indiscriminadamente, poluindo o ar, a água e o solo.

Mais não é um problema apenas do terceiro mundo, já que grande parte das áreas contaminadas é herança do passado, que chamamos passivo ambiental. Em qualquer um dos casos a legislação brasileira determina que a descontaminação seja realizada por quem a causou.

Desenvolvimento Sustentável

A definição de desenvolvimento sempre foi controvérsia e criou ao longo do tempo indiferentes culturas e classes sociais. Nos últimos anos, a difusão de informações sobre desigualdade social, pobreza e uso descriminado dos recursos naturais incrementaram discussões sobre os modelos de desenvolvimento convencionais. Com base em iniciativas inovadoras, que procuram contestar padrões convencionais, surge a proposta do desenvolvimento sustentável, visando um enquadramento mais aceitável do que verdadeiramente venha a ser desenvolvido.

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